O fogo se espalha e se junta para formar novos complexos de incêndio que se espalham por quilômetros. O desespero causado pela proximidade das chamas levou à evacuação das comunidades e forçou os alunos a deixarem suas aulas para se juntarem ao combate, pois as plantações e colheitas, que são o sustento dos habitantes, ficaram em cinzas. 5ly6t
(foto El Deber)
Apesar do fato de as operações terem sido reforçadas com bombeiros e lançamentos aéreos, a ajuda é insuficiente para a magnitude das chamas. De acordo com o gabinete do governador, em apenas dois dias o número de incêndios aumentou de 40 para 48 e o número de complexos de incêndio de 11 para 15. Alguns deles têm linhas de fogo que se estendem por mais de 50 quilômetros.
“Os alunos de Santo Corazón estão saindo da escola para combater os incêndios junto com 11 guardas florestais”, disse Ricardo Barbery, guarda florestal do IMNA de San Matías, onde o incêndio já dura 90 dias. Eles são estudantes do ensino médio da comunidade de Santo Corazón que, junto com os professores, se revezam para ir aos locais de incêndio para defender o pouco que resta das florestas e os planos de manejo florestal que sustentam suas famílias.
Barbery ressalta que eles estão enfrentando o fogo sozinhos. “Onde está a ajuda que eles dizem? Onde está o ataque aéreo?”, lamenta.
Nesta quarta-feira, 38 pessoas de 14 famílias da comunidade Makanaté também foram evacuadas para a cidade de Concepción, depois de terem sido cercadas pelas chamas.
Félix Chuvé, membro da comunidade local, disse que as crianças, os idosos e outras pessoas tiveram que ser removidos porque o fogo estava a apenas alguns metros de distância e eles não conseguiam respirar por causa da fumaça. Eles foram levados para a casa da comunidade, onde na semana ada outras 60 pessoas de outras comunidades da TCO de Monteverde também receberam assistência.
O Conselho Boliviano de Certificação Florestal Voluntária (CFV/FSC) da Bolívia informou que os incêndios florestais também atingiram a Unidade de Manejo Porvenir del Bajo Paraguá, uma área certificada para o manejo florestal do açaí. “Esse desastre ambiental põe em risco a subsistência de mais de 100 famílias da comunidade indígena de Porvenir, cuja fonte de trabalho é o despolpamento do açaí e a colheita do fruto da palmeira”, adverte o CFV/FSC.
(foto El Deber)
Por outro lado, a Segunda Câmara Constitucional do Tribunal Departamental de Justiça de La Paz decidiu conceder a tutela (recurso constitucional) apresentada pelo Defensor do Povo, Pedro Callisaya, na ação popular sobre os incêndios florestais. Dessa forma, o tribunal ordenou a proteção e a restituição dos direitos da Mãe Terra, da biodiversidade e dos povos indígenas.
Ela ordena a implementação de medidas para garantir o direito à saúde pública e a execução de medidas para a restauração de florestas queimadas.
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